Preço é diferencial na escolha do plano de saúde
O que mais se torna diferencial na escolha de um plano de saúde?
Bem, três principais pontos: informação, preço e a qualidade.
Preço é diferencial na escolha do plano de saúde:
Segundo o coordenador-geral da Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça (Senacon), Andrey Freitas, estes são os fatores que mais pesam para a população na hora de escolher um plano.
Ainda de acordo com o técnico, para que o mercado se sustente, é preciso que ocorra uma mudança projetada a longo prazo.
Mudança na faixa etária
“Há uma mudança da base etária da população e, por isso, é preciso de um ajuste estrutural. A gente tem que pensar em soluções e em como construir e manter esse sistema para os próximos 50 anos”, explica.
Divisão do custo do plano de saúde
Para Freitas, as pessoas costumam dividir os custos do conjunto todo quando pagam por um plano dentro do sistema de saúde complementar.
“Normalmente, você faz uma distribuição para não sacrificar as pessoas que têm mais idade, que são as que mais utilizam o plano, geralmente”.
Porém, para que isto funcione de uma forma saudável no longo prazo, é preciso que exista uma base de jovens maior ou igual a de idosos.
O problema é que essa base etária, que antes servia para financiar o sistema privado, está diminuindo.
“O que vemos é a população envelhecendo. Você está invertendo essa pirâmide.
Vamos ter mais idosos do que jovens na população brasileira nos próximos 40 anos e, com isso, um problema de financiamento do modelo”, diz Freitas. Logo, é necessário que este modelo seja modificado sem que os preços se tornem tão altos.
As ações conjuntas que surgem
Outro ponto que precisa ser abordado é que as pessoas estão vivendo mais e isto atinge diretamente o sistema de planos de saúde.
“Temos que repensar o modelo. As pessoas estão vivendo mais e quanto mais elas viverem, a frequência de consultas aumentará e os exames se tornarão mais complexos”, explica o representante da Senacon.
Sendo assim, uma das maneiras de reduzir este impacto seria um estímulo na complementaridade entre setor público e setor privado de saúde.
“É preciso mostrar claramente para a sociedade essa complementaridade entre os setores público e privado de saúde. Parece-me que há, por questões históricas, uma separação entre os dois”, considera Freitas.
“Historicamente, tratamos, no Brasil, o serviço público como algo destinado às pessoas de baixa renda.
Essa visão enviesada dificulta a complementariedade e cria, a meu ver, uma boa parte dos desperdícios de recursos”, completa o coordenador da Senacon.
Ele diz que, atualmente, os serviços de saúde público e privado não conversam entre si como deveriam. “Essa combinação de esforços tem que ser melhor trabalhada”, afirma.
Além disso, como Freitas afirma, é possível que essa migração do setor privado para o público acabe acontecendo caso os planos de saúde não consigam oferecer boas condições ao consumidor.
“Quem não estiver sendo atendido pelo sistema de saúde suplementar, tende a migrar para o sistema público de saúde. Ninguém vai ficar doente em casa tomando chá”, ressalta.
Vamos falar de prevenção?
Essa complementaridade entre setores serve também quando falamos em ações conjuntas que ajudem na prevenção de doenças.
“É preciso um esforço das duas partes para informar o consumidor a respeito do autocuidado, da atenção primária com a saúde, da importância de vacinação.
Creio que temos que estruturar um tipo de ação conjunta que seja permanente”, aponta.
A coleta de informações sistemáticas também precisa de atenção. “Precisamos, urgentemente, de bases históricas com informações abrangentes sobre o setor de saúde.
Temos que formar uma base de dados que sirva como fundamento para ações tanto do setor público quanto do privado”, diz.
Além de ser importante para os gestores na formulação de ações, este tipo de conhecimento é essencial para o público em geral.
“É importante que a Agência Nacional de Saúde Suplementar tenha um conjunto de informações consistentes no site dela, mas é mais importante que isso chegue na sociedade”, finaliza.
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